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  • Fusões e Aquisições - 2/6 - Passos

    No primeiro artigo dessa série, falei um pouco sobre a importância das Fusões e Aquisições como fator de crescimento das empresas. Nesse artigo, vou falar mais como funcionam as fusões e aquisições. O processo de M&A pode ser complexo e levar vários meses. Alguns dos passos incluem: Identificação de alvos: as empresas interessadas em fazer uma fusão ou aquisição precisam identificar as empresas (processo de screening) que são alvos ideais para suas estratégias de negócios. Esse estudo e decisão são cruciais e muito estratégicos para que as demais fases possam acontecer. Já nessa fase, é muito importante o acompanhamento de um advisor que possa ajudar nessa busca e montagem do plano de negócios. Avaliação e negociação: depois de identificar as empresas alvo, é necessário avaliar seus negócios, financeiras e outras informações relevantes para determinar se é viável realizar a transação. Em seguida, as empresas envolvidas negociam os termos da transação, incluindo o preço e as condições do acordo. Due diligence: antes da finalização da transação, a empresa adquirente realiza uma revisão aprofundada das finanças, operações e outros aspectos da empresa alvo. Esse processo é conhecido como due diligence. Aprovação regulatória: dependendo do tamanho e da natureza da transação, pode ser necessário obter aprovação regulatória antes de concluir a transação. Integração: depois que a transação é concluída, é necessário integrar as duas empresas, incluindo a combinação de recursos, processos e culturas. Vou falar um pouco mais sobre cada uma dessas fases nas próximas publicações dessa série. Mas, como nem tudo são flores, quero já abordar um pouco sobre os desafios das fusões e aquisições. Embora as fusões e aquisições possam trazer muitos benefícios para as empresas, também podem enfrentar desafios significativos, incluindo: Integração difícil: a integração de duas empresas pode ser complexa e levar tempo. É importante considerar a cultura, os processos e outros fatores para garantir o sucesso da integração. Perda de talentos: após a fusão ou aquisição, é comum que alguns funcionários deixem a empresa, seja por overlaping de funções, novas lideranças ou nova cultura imposta. É importante tomar medidas para minimizar a perda de talentos e garantir a continuidade dos negócios. Problemas financeiros: as fusões e aquisições podem levar a problemas financeiros, incluindo a necessidade de obter financiamento adicional ou a falta de economias financeiras previstas inicialmente (não confirmação das sinergias estimadas). Questões regulatórias: a obtenção de aprovação regulatória pode ser desafiadora e atrasar a conclusão da transação. É importante considerar cuidadosamente as questões regulatórias antes de iniciar uma transação. Em resumo, as fusões e aquisições são estratégias importantes para o crescimento das empresas, mas também podem enfrentar desafios significativos. É importante considerar cuidadosamente os fatores relevantes antes de se envolver em uma transação M&A e sempre contar com profissionais especialistas nesse tipo de transação, desde a sua formulação estratégica, até todo o processo de integração. Nas próximas publicações, vamos mais a fundo sobre as fases e desafios desse tipo de transação. < Artigo Anterior Próximo Artigo > Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • Fusões e Aquisições - 1/6 - Conceitos

    Fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) são importantes estratégias de crescimento para as empresas, especialmente quando elas buscam expandir seus negócios, adquirir novos recursos ou entrar em novos mercados. Mas como funcionam essas operações e quais são os fatores a serem considerados antes de se envolver em uma? Nesta série de publicações, vamos explicar um pouco mais sobre aquilo que você precisa saber sobre fusões e aquisições. A fusão ocorre quando duas ou mais empresas se unem para formar uma nova empresa. Já a aquisição ocorre quando uma empresa compra ações de outra empresa, tornando-se sua proprietária majoritária. Ambas as estratégias visam aumentar a eficiência, diversificar os negócios e aumentar a presença no mercado. Por que as empresas fazem fusões e aquisições? Existem várias razões pelas quais as empresas podem decidir por uma fusão ou aquisição, incluindo: Acesso a novos mercados: a aquisição de uma empresa estabelecida em um mercado estrangeiro pode ajudar a expandir os negócios de uma empresa e aumentar sua presença global. Diversificação: a aquisição de uma empresa em um setor diferente pode ajudar a diversificar a carteira de negócios da empresa adquirente e mitigar o risco. Acesso a novos recursos: a fusão ou aquisição de uma empresa com recursos complementares, como tecnologia, marca ou talento, pode ajudar a aumentar a eficiência da empresa adquirente. Economia de escala: a fusão de duas empresas pode resultar em economias de escala, como a redução de custos através da combinação de recursos. O importante é estabelecer critérios muito claros sobre o movimento de Fusão e Aquisição, com o objetivo de fazer a busca de negócios (screening) que atendam plenamente a estratégia montada, seja para compra ou venda da operação. Não deixe de conferir as próximas publicações dessa série, onde vou abordar mais sobre o processo como um todo. Próximo Artigo > Rucelmar Reis C-Level | Board Member | Advisor | Mentor Sócio Fundador da AdvisorTips Essa publicação faz parte do website Advisor.Tips e é protegida por direitos autorais.

  • É possível incrementar os resultados de campanhas de e-mail marketing?

    A resposta para isso é quase que óbvia: sim, é possível. Mas... como? E aqui vem a surpresa: basta fazer o básico bem-feito. Não é necessariamente complexo, mas certamente é trabalhoso. E os resultados compensam! Segundo diversas pesquisas, estudos, testes, experimentações, experiências e afins, o e-mail marketing é um instrumento de alta performance/ROI. Ótimo, eu concordo. Entretanto, ainda percebo certa dificuldade dos profissionais que estão à frente da gestão desse canal em extrair o máximo de resultados. E, muitas vezes, isso ocorre por desconhecimento ou menosprezo a certos detalhes. Independente do motivo, certos fatores básicos para garantir eficácia e eficiência do canal são essenciais para garantia dos melhores resultados. Vou tentar ajudar nisso. ✉️ ENDEREÇOS DE E-MAIL 1. Estabeleça validação de sintaxe dos endereços de e-mail dos destinatários. Dica: de preferência, atue nos canais de captura dessa informação, fazendo com que o endereço de e-mail entre corretamente no seu CRM! 2. Da mesma forma, estabeleça e execute com frequência a verificação de existência e de atividade dos endereços de e-mail dos destinatários. Dica: políticas de ação quanto a bounces (soft e hard) podem ajudar, e muito! 3. Garanta que os endereços de e-mail foram coletados de forma consciente, e com a devida permissão dos seus donos. Dica: se você não teve como garantir isso na coleta, você pode fazer isso agora... 4. Estabeleça E RESPEITE políticas de privacidade e de opt-out. Enviar e-mails para quem já deixou claro que não quer mais recebê-los é mortal! A dica aqui é aproveitar para aprender e evoluir: porque não querem mais receber seus e-mails? 📩 ENTREGABILIDADE E INBOX PLACEMENT 1. CUIDADO com conteúdo! Assuntos enganosos e/ou apelativos, bem como mensagens pouco relevantes podem ser considerados spam. 2. CUIDADO AINDA MAIOR com conteúdo que viola as políticas de spam ou que é considerado inapropriado, como pornografia, violência, discurso de ódio, entre outros - eles podem resultar em bloqueios e/ou marcações como spam. 3. EVITE USO EXCESSSIVO de imagens e links - uma imagem fala por mil palavras, mas dez imagens não multiplicam isso proporcionalmente! Saiba que o uso excessivo de imagens ou links também pode ser considerados spam. 4. VERIFIQUE CONSTANTEMENTE o domínio do endereço de e-mail usado como remetente: se estiver incluído em listas anti-spam, isso certamente afetará a entregabilidade. Dica: na dúvida, use e abuse de ferramentas conhecidas para as devidas validações. 5. PROVIDENCIE a devida configuração técnica das coisas: falta de autenticação SPF/DKIM e políticas DMARC podem ser fatais! Eu acho triste termos, ainda hoje, situações de desconhecimento de que os e-mails enviados não estão indo parar na caixa de entrada dos destinatários. Mais triste ainda é, como solução, confiar em pedidos aos destinatários para que eles "liberem" o domínio do remetente... É importante ter a cultura de uso de ferramentas e tecnologia a favor do canal, o que pode ser estabelecido por acompanhamento intenso de incessante dos indicadores corretos de performance. Dica: volume de e-mails enviados NÃO É indicador de performance... Adriano Pereira Apaixonado por Tecnologia, Marketing, Dados, Resultados e Pessoas Parceiro da AdvisorTips Publicação original que inspirou essa publicação encontra-se no LinkedIn

  • Resistir é inútil, renda-se à IA!

    O mundo está evoluindo rapidamente, e resistir às mudanças que esse fato tem proporcionado é inútil. Renda-se, pois está mais do que na hora de aproveitar as oportunidades que os avanços tecnológicos propiciam. Vamos começar com uma rápida contextualização pessoal: lá se vão 40 anos desde o meu primeiro contato com computadores, em 1982. Tive a oportunidade de entrar no mundo da tecnologia bem cedo, quando tudo ainda era "desconectado"; o poder de processamento dos computadores era bem limitado: exemplo disso era que eu estava aprendendo a programar contando com parcos 2 Kbytes de memória RAM - para dar uma noção, isso equivale a pouco mais de 2.000 caracteres. Muita coisa mudou de lá para cá, e confesso que quase nada do que surgiu desde então foi, de fato, uma surpresa. Expansão da Internet, capacidade de armazenamento praticamente infinita e o computador de bolso... tudo era questão de quando, e não se. Obviamente, ninguém tinha uma bola de cristal, e muito menos a chance de visitar o futuro antes dele acontecer (sic). Mas eu cresci absorvendo conteúdos de autores com visões de futuro deslumbrantes - e nem sempre felizes: Isaac Asimov, HG Wells, Julio Verne, Carl Sagan e tantos outros. Então o se já era determinado, na minha visão. O que era indeterminado e, portanto, distante era o quando. Eu não sabia que estaria vivo para desfrutar os avanços tecnológicos que eram apresentados a mim como ficção científica! Essa foi a verdadeira surpresa: a VELOCIDADE com que as coisas aconteceram! E hoje? Bem, temos a realidade das inteligências artificiais acontecendo em larga escala. Previsível? Sim. Mas, nesse caso, o quando chegou a um absurdo estranhamente emocionante: a OpenAI (ChatGPT) trouxe para o nosso dia-a-dia aquilo que acredito ser o mais próximo de HAL 9000, o "computador" protagonista do filme "2001: Uma Odisséia no Espaço" - um filme de 1968. 1968! Está claro que temos um grande marco sendo estabelecido nesse momento. E o espanto de todos frente ao que a OpenAI é de uma beleza indefinível - e olha que muito ainda está por vir. No entanto, essa realidade faz (quase) todo mundo partir para o debate comum: "mas quantos empregos a IA irá extinguir?". E nesse ponto, lembro de algumas palestras que tive a feliz oportunidade de assistir na edição 2017 do evento SXSW. Duas coisas marcantes que registrei: 1. Humanos já estão sendo substituídos há algum tempo em muitas atividades, e com méritos. O ritmo e intensidade disso serão mais acelerados de agora em diante. Recomendo os autores e o livro What To Do When Machines Do Everything. 2. Inúmeras novas oportunidades estão surgindo ou surgirão - nós, humanos, estamos sendo POTENCIALIZADOS. Nesse aspecto, recomendo a palestra Intelligence Augmentation - The Next-Gen AI, da Melanie Cook. Concluindo... Um grande amigo meu resumiu recentemente para mim sua percepção sobre o ChatGPT da seguinte forma: Cara, isso é o mais próximo daquilo que eu imaginava que seria um computador quando eu tinha dez anos de idade! Eu concordo. E tudo isso dá o que pensar: Estamos preparados para sermos substituídos por máquinas? Como sociedade, estamos preparados para aproveitar a hibridização de humanos e robôs? Nossos atuais modelos e métodos de educação e de ensino suportam esses avanços? Bônus: como experimentar a OpenAI? Estude, brinque, mostre aos amigos, aos colegas, aos familiares... enfim, aproxime-se dessa revolução. Eu GARANTO que você irá surpreender-se de uma forma encantadoramente positiva! Crie uma conta na OpenAI. Acesse o ChatGPT com o login criado, e pergunte qualquer coisa, sobre qualquer tema. A ferramenta compreende português, não precisa ser em inglês. Converse naturalmente, peça exemplos, detalhes, fatos. Admire. Acesse a DALL-E com o login criado. Peça para criar uma imagem. Um exemplo: "Uma arte 8 bits de um monstro peludo branco com chifres em um sala de cor púrpura". Admire. Adriano Pereira Apaixonado por Tecnologia, Marketing, Dados, Resultados e Pessoas Parceiro da AdvisorTips Publicação original no LinkedIn

  • Dez maneiras de propiciar performance para sua equipe de desenvolvimento!

    Poucas pessoas percebem como exatamente a Inteligência Artificial é uma das ferramentas que podemos utilizar para alcançar performance - mas é preciso estar disposto a sair da zona de conforto e explorá-la de forma consciente e responsável. Já ouviu falar de pair programming? A Inteligência Artificial é uma área em constante evolução que tem revolucionado diversos setores, incluindo o desenvolvimento de software. Com sua capacidade de processar grandes quantidades de dados e tomar decisões baseadas em padrões, a IA está sendo cada vez mais utilizada para ajudar no desenvolvimento de soluções, especialmente em pair programming. Pair programming é uma técnica de desenvolvimento de software em que dois programadores trabalham juntos, compartilhando a responsabilidade de escrever código e solucionar problemas. Este método mostra-se eficaz para aumentar a qualidade e a velocidade de desenvolvimento de software. No entanto, a IA pode ajudar ainda mais, oferecendo novas formas de colaboração e melhorando a eficiência do processo. Uma das formas em que a IA pode ser utilizada no pair programming é através de assistentes de código. Estes assistentes podem ajudar os programadores a escrever código mais rapidamente, sugerindo completações de código e correções de erros. Além disso, eles também podem ajudar na identificação de padrões e tendências em dados, o que pode ser útil para a tomada de decisões sobre o projeto. Outra forma em que a IA pode ser utilizada é através de ferramentas de análise de código. Estas ferramentas podem ajudar a identificar problemas e padrões no código, o que pode ser útil para melhorar a qualidade e a facilidade de manutenção do software. Além disso, elas também podem ajudar a identificar pontos fracos no código, o que pode ser útil para prevenir futuros erros. A IA também pode ser utilizada para melhorar a colaboração entre programadores. Por exemplo, ela pode ser usada para criar uma plataforma de comunicação que permita aos programadores compartilhar informações e solucionar problemas de forma mais eficiente. Além disso, ela pode ser usada para criar uma plataforma de gerenciamento de projetos que permita aos programadores visualizar o progresso do projeto e tomar decisões mais informadas. Apenas para citar algumas formas de como a IA pode ajudar no pair programming e incrementar a performance de um time de desenvolvimento: Resposta rápida a perguntas de codificação Geração de código a partir de especificações Ajuda na revisão de código Sugestões de melhoria de performance Detecção e correção de erros de sintaxe Conselhos sobre boas práticas de codificação Ajuda na definição de estruturas de dados e algoritmos Solução de problemas técnicos Busca de documentação relevante Treinamento para o desenvolvimento de habilidades técnicas Em resumo, a incorporação da IA no pair programming pode ser a chave para alcançar novos patamares de qualidade e eficiência no desenvolvimento de soluções. É importante que as equipes de engenharia de software estejam atentas às possibilidades que a IA oferece e estejam dispostas a explorá-las para obter resultados ainda melhores. O futuro do pair programming é brilhante e a IA é uma peça-chave para o seu sucesso. Adriano Pereira Apaixonado por Tecnologia, Marketing, Dados, Resultados e Pessoas Parceiro da AdvisorTips Publicação original que inspirou essa publicação encontra-se no LinkedIn

  • Altos vôos

    Estou aqui aguardando o embarque em um vôo que já está atrasado mais de 1 hora. O aeroporto de Curitiba está fechado por falta de visibilidade. Engraçado como a única área sem visibilidade na cidade é exatamente a área do aeroporto. Só pode que o tal Murphi deve ter participado do processo de escolha do local deste aeroporto. A sala de espera está uma loucura, com pessoas amontoadas, olhando ao redor, sem nada o que fazer, além é claro de ficar reparando um nos outros. Fico imaginando que tipos de comentários passam na cabeça de cada pessoa que está aqui. Parece que até consigo ouvir as madames criticando o sapato e a vestimenta da burguesa hippie que acaba de entrar. E os altos executivos censurando a gravata rosa com terno marrom do sujeito com cavanhaque. Mas o importante é que eles estão tentando achar alguma coisa para se distrair. Alguns, como eu, sacam seus brinquedinhos tecnológicos e põem-se a fazer a pose de que estão trabalhando. Outros não têm mesmo como disfarçar, e ficam reparando e analisando as pessoas, como por exemplo, a Senhora aqui do meu lado que tenta desesperadamente ler o que eu estou escrevendo no Notebook. Calma minha Senhora, depois eu te passo o link do Blog. Mas há de se dar um desconto, pois tudo que envolve a questão voar não é fácil. Já se tem polêmica desde a discussão sobre quem foi o inventor da aviação e até hoje parte do mundo ainda discorda da outra parte. O fato é que não fomos feitos para voar, e conseguir este feito sempre causa reações inusitadas. Talvez seja por isto que vemos estas coisas estranhas nos aeroportos. Já começa pelo fato de todos serem forçados a chegar com muita antecedência, com exceção (claro) do avião que quase sempre atrasa. Mas isto é só um detalhe, pois chegar com antecedência é o mínimo que podemos fazer para podermos passar a vergonha no raio-x (com aquela moeda ou chave que teima em ficar no fundo do bolso) ou assistirmos à dança dos portões de embarque em São Paulo, que sempre por reacomodação da aeronave, nunca está no portão que consta no bilhete. Então não é de se estranhar toda esta insegurança das pessoas desde a sala de embarque, que mesmo nos dias onde não há congestionamento como hoje, as pessoas já não estão totalmente confortáveis. Prova disto são os comportamentos que veremos nas cenas dos próximos capítulos, que nem precisa ser mago para prever, pois sempre ocorrem: Quando os auto-falantes anunciam um vôo, vejo tanta gente correndo para o embarque, que fico com a impressão que o anúncio foi de fogo no recinto, tamanha a volúpia de alguns para chegar à fila. Será que eles não sabem que existem lugares marcados? Mas não adianta… todos saem correndo. Nos aeroportos onde o transporte até os aviões é feito por ônibus (caso de São Paulo), a correria na fila se justifica ainda menos, pois os últimos a entrarem no ônibus serão os primeiros a sair do ônibus e por conseqüência os primeiros a entrar na aeronave. Dá para entender?!! Para aeroportos com “fingers”, o acesso à aeronave é mais tranqüilo, mas sempre existe aquela fila na entrada da porta do avião. Mais uma vez me pergunto. Porque sair correndo daquele modo? Eu deveria chegar à conclusão que devem ser todos loucos por avião e querem logo experimentar esta sensação de voar. Dentro da aeronave, começa o verdadeiro empurra-empurra para que todos se acomodem. Depois de alguns acertos e discussões, provando que alguns realmente não sabem diferenciar letras ou números nos assentos, começam as instruções da equipe de bordo. O que para muitos é corriqueiro, para outros a novidade das informações pode chocar, já que para alguém que nunca decolou, ficar sabendo que mascaras de oxigênio cairão do teto em caso de descompressão, pode aumentar ainda mais a insegurança. Verdade seja dita que alguns colegas maldosos (como eu) podem ter convencido alguém que está voando pela primeira vez, de que este tipo de demonstrações e orientações apenas acontecem em vôos de MUUUITO risco, o que certamente deixa este passageiro ainda mais assustado. Mas brincadeiras com novatos são normais, e aquelas recomendações de não se abrir a janela para não jogar vento das fileiras de trás, ou orientações para que o novato pegue recibo do consumo no avião, para futuro reembolso, já não são tão usuais assim. As pessoas já sabem o que esperar de um vôo e a cada dia aumenta o número de usuários da aviação. Durante o vôo, tudo se acalma e as comissárias começam a servir as bebidas e lanches. Alguns aproveitam a platéia cativa que, diga-se de passagem, não tem como sair do recinto, começam a mostrar seus dotes, seja de apresentador de suas idéias, falando alto, ou de galanteador das comissárias. Estes últimos esquecem que estão lidando com profissionais que aturam sujeitos assim o tempo todo. Lembro daquele sujeito que ao ser tratado de “Senhor” fala a célebre frase para a comissária: “SENHOR está no céu minha querida”. E ela com toda a educação responde: “E estamos aonde agora Senhor?”. Mas se estas pessoas gostam tanto de voar e gostam do show abordo, não entendo o porquê que ao chegar ao seu destino, nem esperam o avião estacionar direito e já soltam os cintos de forma frenética e se põem de pé, com os pescoços tortos e a cabeça encostando no maleiro acima. E claro, ficam assim tensos por vários minutos. Quando a porta da aeronave é finalmente aberta, tem-se uma nova correria e empurra-empurra. Todos agora alucinados para sair o mais rápido possível. O pior de tudo é que a maioria ainda vai ficar em pé lá fora, esperando longos minutos pela bagagem. Então…, não disse que voar não é fácil??!  Mas o mais difícil é entender porque todos agem assim.

  • Diversidade. Pra quem?

    À primeira vista, um título destes pode parecer que o assunto é voltado a inclusão das chamadas minorias no mercado de trabalho, seja com a inclusão de pessoas com deficiência, classes sociais menos favorecidas ou com diferentes opções sexuais. Neste momento eu gostaria de falar de algo diferente, que não passa por cotização ou o acesso a diferentes etnias no ambiente de trabalho. Quero falar da construção de equipes vencedoras, baseadas nas características individuais de cada pessoa, que se bem usadas podem ajudar a atingir ótimos resultados, mas que se negligenciadas podem ser o principal fator de insucesso nas equipes. Partimos do princípio que todos nós somos diferentes um dos outros. Temos idades diferentes, criações diferentes, experiências profissionais diferentes, etnias diferentes e temperamentos diferentes. Existem vertentes que dizem que não há como tratar todos na equipe da mesma maneira. Mas se tratarmos cada uma de uma forma diferenciada, não corremos o risco de aplicarmos pesos e medidas diferentes para as pessoas e termos problemas com a tão reivindicada isonomia? Este é o maior risco que os administradores e gestores correm ao tentar agradar a todos e acabam não agradando ninguém. É possível então ser flexível com cada pessoa e ao mesmo tempo aplicar a mesma medida a todos? Apesar da necessidade de se respeitar a individualidade, sempre deve-se preservar o coletivo e os valores da empresa. Ou seja, o tratamento individual é válido desde que não prejudique a empresa e nem a equipe de trabalho. Qualquer privilégio individual, de quem quer que seja, poderá ser encarado como protecionismo e prejudicará a percepção positiva de toda a equipe. Quando houver necessidade de conceder um benefício individual, o gestor precisa ficar atento para que este benefício seja dado a quem tem merecimento e reconhecimento deste merecimento por toda a equipe. Mas a capacidade de criação de uma equipe vencedora não passa apenas pelo respeito às individualidades e o gerenciamento da percepção coletiva. Estes princípios são apenas uma questão básica de manutenção da motivação e união da equipe. O segredo da criação de equipes vencedoras é a distribuição de atividades para cada pessoa da equipe, baseado naquilo que cada um sabe fazer de melhor, e naquilo que cada pessoa tem capacidade de geração de resultado, conforme as suas características pessoais. Muito se reclama da incompetência de gestão de alguns líderes, ou da lentidão de alguns funcionários, ou ainda da falta de qualidade de algum trabalho feito por alguém da equipe, o que normalmente afeta todo o resultado da equipe e da empresa. Ter as pessoas certas nos lugares certos é a gestão mais complicada e mais importante para se criar equipes vencedoras. Inúmeras vezes eu vi excelentes profissionais técnicos terem o seu reconhecimento através de uma promoção para gestão da equipe, e em muitos casos, estes mesmos profissionais que eram brilhantes em suas carreiras técnicas se mostraram incapazes em suas atividades de liderança. Pode parecer pesada esta avaliação da pessoa como incapaz, mas é a palavra correta para demonstrar o que realmente acontece nestes casos. A pessoa que passa por esta situação é na verdade uma vítima da falta de critério de quem decide quem irá exercer cada papel dentro da empresa. E por ser ignorante quanto ao que se exige de um líder, ou ignorante quanto às suas próprias características pessoais, passam a conviver com uma frustração enorme com o desenrolar negativo de sua incapacidade profissional. O erro está na escolha desta pessoa para ocupar uma função, que não é condizente com sua personalidade ou experiência profissional. Se respeitarmos as características de cada um e sua capacidade de exercer as funções que mais se adequam a sua personalidade, daremos um grande passo a iniciarmos a montagem de uma equipe vencedora. Mas ninguém nasce pronto e ninguém sabe de tudo. E por isto, é importante investir também naqueles que tem a capacidade e querem aprender. A capacitação profissional é fundamental para que quando as oportunidades surjam estas pessoas estejam na condição ideal para aceitar novos desafios. A diversidade de perfis e funções na equipe dá maior oportunidade de crescimento profissional. As pessoas podem ocupar novas funções e responsabilidades, sejam as já existentes ou novas funções que surjam como fruto da amplitude das capacidades da equipe. É isto que garantirá novas ideias, formas de inovação e a vantagem competitiva desta equipe. Então em resumo, o segredo de equipes vencedoras passa por respeitar as individualidades, mas somente até o limite dos interesses da coletividade. De nada adianta ter uma equipe diversa se esta diversidade não está voltada a atingir resultados coletivos. Muito menos adianta ter valores coletivos que não estejam voltados a promover o crescimento individual de cada pessoa. É um círculo virtuoso que gera resultados cada vez mais positivos. Na sua equipe, as pessoas certas estão nos lugares certos? Onde você trabalha o coletivo prevalece e se preocupa com a concretização de cada um dos sonhos individuais?

  • C0-mu-n1-q c

    Mas um outro problema acontece nas nossas relações, que é a comunicação as vezes não é entendida por uma das partes, ou na pior das hipótese por ambas as partes. Pode-se imaginar que existindo o diálogo, a comunicação está garantida, mas isto nem sempre é verdade. Exemplo disto é a comunicação na internet, que possui uma linguagem própria entre seus usuários. Cada vez mais a comunicação é reinventada e novos linguajares são adotados. Com os “emoticons”, até o sentimento ficou mais fácil de expressar nas nossas comunicações escritas. Mas será que é somente esta adaptação aos novos linguajares que precisamos fazer para sabermos nos comunicar? Será que não existem outras armadilhas que podemos cair no uso de nossa comunicação? É claro que não basta só conhecer a linguagem, pois dependendo do recurso utilizado a forma de expressão vai ser diferente e pode não ser tão rica como a forma tradicional da conversa presencial. Um caso clássico disto é a frieza de comunicação dos e-mails. Esquecemos que este meio de comunicação é cada vez mais direto e mais impessoal, que torna a percepção muitas vezes incorreta de quem lê o texto. Como nos e-mails não existe a expressão facial ou a tonalidade da voz, muitas mensagens dão margem a interpretações errôneas e o emissor precisa antes de enviar a mensagem estar atendo a estas possibilidades de entendimento por parte do receptor. O uso de emoticons ou das “carinhas” ;o) representadas por caracteres ajudam no contexto, mas nem sempre é possível usar destes meios em e-mails mais formais. O melhor mesmo é saber usar corretamente as palavras para que não sejam mal interpretadas. O importante de tudo isto é sabermos que a comunicação não é o que eu falo ou escrevo e sim o que é entendido por quem recebe a minha informação. Se esta preocupação for levada em conta a cada texto que escrevo ou conversa que tenho, já estarei dando um passo importante para uma boa comunicação. Então é só isto? Não. Para complicar ainda mais, temos a comunicação em outros idiomas, que diante da globalização, passa a ser vital nos negócios e no entendimento do que acontece ao nosso redor. Mas nem sempre saber o idioma significa saber se comunicar de forma adequada. Isto vai desde o que é dito até os gestos usados. É muito comum que em culturas diferentes um sinal de positivo seja interpretado como uma ofensa, ou uma simples saudação não seja bem recebida. Mas não precisamos ir tão longe, pois mesmo usando da mesma língua o regionalismo por si só já é capaz de gerar situações inusitadas. Vale aqui mencionar o caso de uma recepcionista que trabalhou comigo, que por ser Portuguesa viveu alguns casos engraçados ao chegar ao Brasil. Em sua primeira entrevista, o interlocutor ao perceber o sotaque dela perguntou se ela era “Catarina” e ela prontamente respondeu que não era e que na verdade o nome dela era “Carla”. São situações assim que me fazem pensar o quão difícil é saber se comunicar e se fazer entender de forma correta. Eu que vivo em um mundo de comunicação, sinto que o grande problema atual vivido nas empresas é justamente a falta de comunicação. O guru corporativo Peter Russell, chegou a dizer que atualmente cerca de 90% dos problemas das empresas giram em torno da comunicação (da ausência dela). E que a tendência para o próximo milênio é dessa porcentagem aumentar muito mais. Então o problema não é apenas pessoal e se estende em todas nossas esferas de interação, queiramos nós ou não. Para vermos como as mensagens podem ser desastrosas, cito uma família nos Estados Unidos que estava querendo comprar um imóvel de veraneio na Alemanha, e se interessou por uma casa de um Pastor Alemão (pastor mesmo, e não a raça canina). Seguem as mensagens trocadas: “Gentil Pastor: Estamos interessados na sua propriedade, gostaríamos que nos informasse sobre um detalhe que nos passou despercebido e que não achamos nas informações enviadas. Poderia nos informar onde se fica W.C.?” O Pastor não conhecia o significado da abreviatura W.C., mas julgando tratar-se da Capela denominada “White Chapel”, respondeu com o seguinte conteúdo: “Prezado Senhor Recebi sua dúvida e tenho o prazer de informar que fica a 12 km da casa, e é preferível levar o que comer já que aqui na região temos o costume de ficar o dia todo lá. Não se preocupem, pois há instalação de ar condicionado para evitar os inconvenientes da aglomeração. As crianças sentam-se ao lado dos adultos e todos participam em coro. À entrada, é fornecida um jornal a cada pessoa. Tudo que se recolhe durante a cerimônia é para o fundo de nossa horta comunitária. O Pastor” Da próxima vez que você estiver escrevendo um e-mail, pense nisto… e comece a escrever textos à prova de idiotas, de forma que até você mesmo possa entender. 🙂

  • A bola é minha

    A maioria dos garotos já deve ter vivenciado a cena de uma discussão no campinho de futebol, onde o dono da bola, ao discordar de alguma coisa, simplesmente pega a sua bola e vai embora, terminando com a brincadeira de todos. O que pode parecer apenas um fato entre crianças, nos ajuda desde cedo a entender o relacionamento com o poder, é também algo que acaba acontecendo na vida adulta e faz parte de nosso dia-a-dia, seja na nossa vida profissional ou pessoal. Mas não quero comentar sobre o poder e suas conseqüências. Prefiro usar o mesmo exemplo do futebol para falar da falta de comunicação que existe hoje. Lembrei estes dias desta experiência da bola de futebol, quando ao participar de uma partida, tivemos algumas discussões em campo, com aquela cobrança natural de empenho de todo o time e de que cada jogador desse o seu melhor e buscasse errar o mínimo possível. Qual não foi minha surpresa quando, um dos jogadores que não estava tão bem na partida, não aceitou as reclamações do time e se retirou de campo, sem dizer uma palavra e nem a razão da não aceitação das reclamações que estavam sendo feitas a ele, e com isto levou consigo, outros 2 jogadores que estavam de carona com ele. A brincadeira simplesmente acabou. Quando isto aconteceu, percebi que a falta de comunicação é tão prejudicial quanto o mau uso do poder. Nos dois exemplos que eu relatei, as conseqüências foram as mesmas, ou seja, a brincadeira acabou e sobrou uma tremenda frustração e nem todos conseguiram entender direito o que aconteceu. Então se não é dado a todos a possibilidade do poder, pelo menos a oportunidade de comunicação é dada e temos que fazer um bom uso dela. Ficar recluso em nossos pensamentos, “bicudos”, resmungando, ou procurar se afastar, achando que assim resolveremos nossos problemas, são atitudes que geram efeitos colaterais que não atingem somente a nós, mas a todos os envolvidos no trabalho, família ou qualquer outro grupo que façamos parte. Se você não concorda com algo, se expresse, exponha seu ponto de vista, pois é assim que você estará dando a oportunidade aos outros conhecerem as suas opiniões. Não espere aceitação de todos. É difícil, mas tente aceitar mais os outros… do que tentar sempre ser aceito, mas nunca, nunca mesmo deixe de se comunicar. Se hoje você deixa de se comunicar, procure então não reclamar da falta de compreensão, ou evite ficar achando que o mundo está contra você. A comunicação foi construída para abrir horizontes e não como uma ferramenta de fechamento de horizontes. Não reclame de quem se comunica demais, ou os chamados “oversharing”, pois isto é fácil de você bloquear ou filtrar, mas olhe para sua dificuldade de comunicação, pois você pode estar perdendo muitas oportunidades com isto. A escolha ainda é sua.

  • Aprendendo tudo na Universidade

    Quando eu estava estudando na minha graduação eu via muita gente com vontade de aprender, mas muitos deles não conseguiam aprender a aprender. Pensavam que o aprendizado estava somente nas matérias que estudávamos, mas todo o aprendizado que tínhamos com nossos colegas de classe era tão importante quanto o aprendizado da instituição. Poucos percebiam isto. Lembro que na festa de minha formatura, um dos colegas comentou em tom de brincadeira que tínhamos conseguido o Bacharelado em Truco (jogo de cartas), pois aproveitávamos cada intervalo para aprimorar nossas qualidades neste “esporte”. Mas o que para muitos era uma forma de extravasar a tensão, ou compensar as longas aulas teóricas, para mim sempre foi um aprendizado. O que se pode aprender com o Truco? (1) Regras: Até mesmo nos jogos tradicionais as regras sofrem adaptações e ao saber adaptar-se a novas regras e novos formatos pode-se ter um diferencial na vida profissional. (2) Verdades ou Mentiras: O blefe faz parte no jogo e muitas vezes é usado como forma de intimidação. Saber identificar o blefe e desmascarar o mentiroso é algo que se aprende ao longo do tempo e te dará respeito perante o grupo. Investigue, tenha mais informação antes de tomar uma decisão. Não acredite em tudo que ouve. (3) Experiência: A prática leva à perfeição. Aprenda com os mais experientes e pratique bastante, pois as situações passadas formam o conhecimento, que te permitirá tomar decisões no presente com maior rapidez. (4) Território: Aprenda a defender aquilo que você conquistou. Quando se está com muitos pontos, e o momento não está muito bom, aprenda a esperar o melhor momento de aceitar ou fazer novas propostas. Não aposte alto, com o risco de perder tudo. (5) Especialidades: Cada um tem habilidades diferentes dos outros e saber identificar nossas qualidades é um grande aprendizado. Não convide um jogador profissional de Xadrez para jogar Xadrez com você. Se quiser ganhar, chame ele para jogar um Truco (de preferência que ele nem saiba todas as regras e truques). (6) Trabalho em equipe: Não há como jogar sozinho. Aprenda a trabalhar em equipe e a tirar o melhor proveito de cada habilidade dos integrantes do time. (7) Cenários mudam: A cada nova rodada, a situação será diferente. Aprenda a tornar isto positivo e a como aprender mais a cada etapa vencida ou perdida. A cada rodada, se aprender com cada episódio, será um jogador melhor. (8) Comunicação: Saber se comunicar pode ser seu grande diferencial, pois nos momentos críticos é a comunicação que te trará aliados, ou te indicará perigos. Se comunique e aprenda a traçar estratégias em conjunto. (9) Recursos: No jogo, o segredo é usar bem o que se tem à disposição. Aprenda a dar tiros certos, usando o calibre necessário para cada situação. As vezes aguardar o momento certo para fazer uma proposta é melhor do que deixar a ansiedade atrapalhar tudo. (10) Sorte: A sorte é uma aliada importante, mas não se deve reclamar da falta dela, pois é necessário aprender a entendê-la e saber quando ela está do nosso lado. Não conte somente com ela para resolver seus problemas. Quando o jogo chega empatado na sua última rodada, a sorte será muito importante. Mas se você deixar chegar a este extremo, as dicas acima não farão muito mais sentido. Procure programar e conquistar seus objetivos com uma certa folga, pois se você depender da sorte, certamente estará dando uma chance ao azar. O bacharelado do Truco pode não ter um diploma oficial, mas pode ensinar muita coisa. Basta querer aprender.

  • Pokémon Go até aonde?

    O que parece um roteiro hollywoodiano está acontecendo agora em muitos países onde o jogo Pokémon Go foi lançado. Mais de 100 milhões de pessoas no mundo já baixaram o aplicativo. Uma febre. Os milhares caçadores de Pokémons digladiam-se em locais públicos para capturar esses pequenos seres virtuais. Como um jogo de apelo infantil virou febre global e está provocando uma transformação social na forma de interação de marcas, produtos e serviços? Sabemos que o trade do entretenimento se vale de uma fórmula simples: a fantasia. Algo que nos tira do dia a dia e nos transporta para outra realidade. E cada vez mais a tecnologia está nos transportando para outra realidade, seja virtual ou modificada, a que chamamos de Realidade Aumentada. A aplicabilidade disso é imensa e, com certeza, vai mudar a sua vida. Então, essa comoção mundial no lançamento do jogo Pokémon Go é por causa dessa tecnologia? Não. Não é só isso. Em qualquer jogo em rede, todos querem ter o reconhecimento coletivo e estar entre os melhores. Com o Pokémon Go não é diferente. Agora imagine poder fazer isso em um cenário real, vitaminado com novos componentes virtuais divertidos. É uma mistura de realidade e fantasia, tudo ao mesmo tempo. O tabuleiro do jogo pode acontecer em qualquer lugar: na rua, no escritório, em um estádio de futebol… Para jogar, basta um telefone celular. É o fim da imagem do jogador solitário, preso entre quatro paredes, ou de cenas de filmes futuristas mostrando que seremos cérebros enormes em corpos atrofiados. Esqueça isso! As pessoas estão é nas ruas, interagindo neste novo mundo. A popularização tão rápida do jogo gerou curiosidade e bastante exposição na mídia e nas redes sociais. Vemos todo dia casos de pessoas criativas utilizando artifícios divertidos para ter um melhor rendimento no jogo, usando drones ou até animais de estimação para os ajudar. Também temos notícia de pessoas se machucando ou se expondo ao perigo por estarem imersas e distraídas com o jogo. Essa reação das pessoas mostra como vamos interagir com o mundo e como será o próximo passo da socialização. Estamos vendo o início de uma sociedade diferente, com o virtual e a realidade andando cada vez mais juntos. Se antes sabíamos diferenciar o digital e o analógico, e hoje isso já não faz mais sentido, em um futuro próximo podemos apostar que não saberemos diferenciar o virtual da realidade. Não se trata apenas de um novo jogo, mas de como nos relacionaremos a partir de agora. O Facebook já anunciou um grande investimento na Realidade Aumentada, e quem já viu esse novo ambiente garante que vamos mudar totalmente a interação nas redes sociais. Seria o mundo real vivido na irrealidade da virtualidade ou seria a virtualidade sendo vivida no mundo real? Pouco importa. A realidade como a conhecemos hoje nunca mais será a mesma. Mesmo aqueles que já tomaram a iniciativa de estudar e antecipar comportamentos, criaram seus laboratórios de inovação e desenvolveram novas tecnologias de consumo já perceberam que ainda é muito cedo para conhecer o impacto final dessa socialização tecnológica que está acontecendo. Mas não será pouca coisa. Imagine o poder que alguém terá ao dominar a técnica de transformar nossa própria realidade. O marketing também será bastante afetado com esse novo comportamento. Mudará a forma como compramos as coisas, como escolhemos produtos e até como utilizamos os produtos na nossa casa. Sairá na frente quem for capaz de entender que suas estratégias, produtos, serviços e a forma de se relacionar com os consumidores não precisam mais ser apenas compostos de elementos reais. Você imaginaria locais de votação como existem nos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, usando Pokémons para atrair eleitores? E que tal a criação de um serviço moto-Pokémon lançado no Brasil para caçadores dos bichinhos? Neste cenário, Pokémon Go é apenas um aperitivo, mas um laboratório sem fim para testar o que virá por aí em termos de comportamento social.

  • Maquina Humana?

    Elas estão mapeando os nossos genomas e ajudando a conhecer o ser humano em detalhes antes não sonhados. Estive no SXSW 2016. Um evento como este nos faz repensar muitos aspectos, não só sob o olhar da tecnologia mas o quanto ela pode nos ajudar a facilmente ultrapassar barreiras, as vezes até de leis e de éticas. Podemos ver hoje no painel “The Holy Grail: Machine Learning and Extreme Robotics” como nós humanos estamos avançados em criarmos máquinas cada vez mais parecidas com a nossa espécie. Foi impressionante ver o robô Sophia, participar do painel, sentada na bancada junto com outros apresentadores, como desenvoltura e com grande parte da linguagem corporal incorporada em seus movimentos. A inteligência artificial e o learning machine adotado pela equipe criadora da Sophia é algo realmente fabuloso. Mas não foi isto que mais me assustou no dia. Foi uma via contrária a isto. Máquinas que estão mapeando os nossos genomas e ajudando a conhecer o ser humano em detalhes antes não sonhados. Com a crescente capacidade de compreender o genoma humano através do uso “learning machine” e projeções, teremos em breve um novo capítulo na história da medicina. Na palestra conduzida por Riccardo Sabatini e Loic Le Meur, com o título “Cracking the human code”, falou-se não só sobre a tecnologia usada para quebrar e projetar o código humano, mas como algumas situações serão criadas a partir deste estudo. Poderemos ter remédios personalizados, prevenindo o aparecimento de doenças pré-dispostas, super-habilidades serão melhor exploradas, e a tão sonhada cura para o envelhecimento poderá ser finalmente conseguida. Mas muitos debates vão surgir a partir disto. Imaginem que muitas premissas poderão ser criadas a partir de um acesso a todos de seus genomas. Empregos podem exigir genomas com características específicas. Casamentos serão pautados através de características de genomas. Adolescentes ou crianças já serão escolhidas para trabalhos futuros baseando-se em premissas sobre sua capacidade de executa-los. Chega a ser assustador pensar nas possibilidades que a tecnologia em breve nos dará de conhecermos a nós mesmos e como isto pode até mudar a forma como nos relacionamos e nos encaixamos na sociedade. Existem muitos pontos benéficos nesta capacidade de mapeamento de genomas, mas existem tantos outros pontos muito preocupantes. Sem dúvida, entre ver uma máquina robô interagir como um ser humano e ver uma máquina que é capaz de mostrar publicamente muito mais sobre o que somos, prefiro a diversão da máquina falante. Estes dois assuntos ainda vão gerar muitas discussões que envolverão ética, medicina, religião e até aspectos legais. Só o tempo dirá como seremos capazes de tratar estas novas tecnologias. Enquanto isto, seguimos em frente aqui em Austin, tentando achar outras palestras perturbadoras.

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